IV EMBRA
IV ENCONTRO DE ANTROPOLOGIA MÉXICO E BRASIL
Olhares cruzados sobre autoritarismos, violências e intolerâncias entre Brasil e México
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (UNICAMP) e Cátedra Roberto Cardoso de Oliveira
4 a 6 de outubro
As recentes mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais em alguns países da
América Latina têm, em linhas gerais, apontado para: a) a contenção, e mesmo o
retrocesso, das pautas progressistas em relação aos comportamentos que estão em curso
há pelo menos duas décadas; b) críticas ao caráter redistributivo do estado e ao seu
papel indutor da economia; e c) o aumento da violência do estado, seja de ordem
política seja a exercida por seus aparelhos de segurança sobre a sociedade, sobretudo, os
mais pobres. Tudo isto tem levado a perdas de direitos civis e sociais conquistados nos
diferentes processos de redemocratização da América Latina. Os avanços
constitucionais no reconhecimento da diversidade nacional, que deram passagem tanto
ao reconhecimento dos territórios étnicos e de populações tradicionais quanto às
políticas afirmativas de corte étnico-racial são destituídas pelas interpretações de um
judiciário conservador. No mesmo sentido, os debates sobre reprodução, gênero e
sexualidade, de um lado, e sobre liberdade religiosa, de outro, cruzam-se e fazem
emergir tensões sociais que colocam problemas para a democracia. No interior deste
quadro, Brasil e México, assim como outros países da América Latina se destacam
ainda pelo modo precário que a memória dos crimes de Estado vem sendo abordada,
dando passagem a revisões tímidas e até mesmo a saudosismos dos regimes militares.
Como olhar antropologicamente para este quadro de mudança? O que a Antropologia
tem a dizer sobre a conjunção desta conjuntura com determinados traços estruturais de
nossa formação sociocultural? Como nossas pesquisas de campo iluminam as lógicas
subjacentes a estas mudanças e às resistências a elas? Como o cruzamento desses
olhares sobre o Brasil e o México podem se iluminar reciprocamente?